domingo, 26 de abril de 2015

Ela antes. Ela agora.

Ontem me disseram que não sou mais a mesma de algum tempo atrás. E eu logo parei para pensar.. Eu não sou mais a mesma? Por que? Será que meu cabelo cresceu? É, pode ser isso.Talvez tenha sorrido um pouco menos também. Mas, espera. Quem era eu a um tempo atrás?


Ah, eu era aquela menininha inocente que tinha medo de magoar as pessoas. Mas que vivia magoada? Eu era aquela idiota que entregava o coração sem cuidado algum para qualquer mão que prometesse um “para sempre”? Era aquela acostumada a acreditar demais em palavras quando as atitudes não me provavam nada? Era aquela menina doce, que sorria para todo mundo? Que tinha brilho no olhar, e dor no coração? Era aquela perdida, angustiada que fingia felicidade e todos acreditavam? Era aquela que se trancava no quarto pela madrugada e borrava todo o seu rímel nos travesseiros? De tanto que chorava. Pelo tanto que guardava. Acumulava. Explodia. Era aquela que vivia machucada? Com coração aos cacos? Odiando o espelho? Odiando quem era? Era essa que eu era? Ah… Me lembrei.

É, eu mudei mesmo. Ainda bem não é? Confesso que quando a gente é doce demais, a vida é amarga. As pessoas são amargas. Nunca segue o mesmo ritmo. Eu deixei de ser essa “aquela” de um tempo atrás. E já estava mais do que na hora. Talvez agora eu já não entregue meu coração assim, tão fácil. Confesso que agora, eu antes preciso examinar se o remetente tem todos os cuidados para manter ele saudável e inteiro como um dia fora. Ah, cansei de juntar cacos. Colar pedaços. E nunca obter um coração inteiro novamente. Cansei de colecionar feridas. Carregar cicatrizes e machucados que parecem nunca pararem de doer. Eu cansei, cansei de fazer curativos e acabar cheia de marcas sob a minha pele. Cansei de sorrir para o mundo enquanto me atiram facas pelas costas. Cansei de acreditar em palavras inventadas quando as intenções não são boas. Eu cansei..


Cansei de me machucar sem propósito algum. Cansei de acreditar no amor, no destino. E levar apunhaladas no coração. Eu cansei de ser idiota. Cansei de deixar minha auto estima e amor próprio descerem sob o ralo, quando tudo que escuto são palavras de adeus de um idiota qualquer que nunca teve intenção do amor. Eu cansei de me magoar por tão pouco. De gastar vidros de rimeis que se vão junto das lágrimas. Eu cansei de me esconder de mim mesma por medo. Cansei de sentir medo. Cansei de me sentir pouco. De me sentir insuficiente. De me enxergar com olhos de quem precisa de ajuda. Eu cansei de me ver como um alguém que eu não sou. Não mais.

E se eu deixei de ser quem eu era antes. Se eu mudei. Foi por necessidade. E quer saber? Não sinta falta de quem eu era antes.

Sinto orgulho de mesmo após ter caído em lágrimas por diversas vezes, eu ter sido capaz de me levantar com força suficiente para crescer. E mudar. Eu sinto orgulho de quem eu fui capaz de me tornar.

terça-feira, 21 de abril de 2015

Eu odeio amar você.

Quando eu te vi pela primeira vez eu te odiei. Te odiei completamente. Com todas minhas forças. Com todo meu silêncio. Te odiei baixinho, só para mim. Odiei o seu sorriso malicioso de canto de boca mirado para mim. E até aquela sua risada debochada. Odiei seu jeito de andar. De falar comigo. De olhar para mim. Eu te odiei. Te odiei enquanto meu estômago borbulhava, revirava e me entregava. Te odiei enquanto meu coração pulsava, disparava, sem direção. Te odiei enquanto sua presença me arrepiava e eu jurava para mim mesma ser apenas a resposta do meu cérebro garantindo o quanto não te suportava. Eu te odiei com total certeza. Te odiei ainda mais quando vi você falando com aquela garota tão sem graça. E percebi que te odiava ainda mais quando aquilo de fato começou a me incomodar. De um jeito que me roubava de mim. Me fazia focar total a minha concentração em você. E o meu olhar vago entregava. Entregava que eu de fato me importava. Mas jamais confessava. E você.. Ah você parecia fazer questão de mirar aquele olhar torto para mim a cada gesto que não negava. A cada fala enrolada. E eu odiava isso. Eu odiava você. Só isso.




Eu odiava o seu cheiro de desodorante invadindo o ambiente. Odiava os seus amigos que eram tão idiotas quanto você. E o seus passos lentos na minha frente. Eu te odiava por você conseguir ser exatamente o tipo que eu detesto. Te odiava por você conseguir direitinho levar minha imaginação para longe. E me deixar assim, navegando contra a direção dos próprios pensamentos. Negando a vontade do próprio coração. Eu odiava aquelas suas piadas sem graças, que eu ria enquanto sentia vontade de te bater. Eu odiava aquela sua voz conquistadora se aproximando de mim. Odiava o jeito que só você tinha de me fazer ir além. Eu te odiava. Te odiava por você levar embora todas as minhas palavras. E me deixar sem saber o que dizer. O que responder. O que fazer. Te odiava por você fazer todo mundo saber aquilo que eu queria esconder para mim. Por você fazer tudo que eu não suporto. Eu te odiava. Te odiava por você tirar minha atenção de coisas mais importantes. Te odiava por você me olhar a todo tempo. E me deixar sem graça. Te odiava por não conseguir respirar perto de você. Por não conseguir controlar minhas vontades ao olhar para você. Entende, eu te odiava. Eu te odeio. Eu sempre te odiei.

Sabe por que?

Porque eu sempre te amei, seu otário.

sábado, 18 de abril de 2015

O menino que me encantou.

Olhei para aqueles olhos risonhos e naquele mesmo segundo, coisas me invadiram. Eu sei que não o conhecia, e que era apenas um garoto que eu não tinha. Mas ele me puxava tantas vontades. Me trazia aquela sensação de querer desvendar. Aquela vontade insana que levava embora todos os pensamentos lúcidos. Um desejo que me fazia suspirar. Levava embora a noção, a capacidade de raciocinar. Fazia o meu olhar ficar vago. E fazia a imaginação.. Ah, ir longe. Bem longe. Já sentiu assim? Como se alguém tivesse um imã que te atraísse como polos distintos? Eu não sabia o que acontecia dentro de mim para eu não conseguia evitar aqueles pensamentos, aquelas vontades e desejos. 

Era como se por alguns segundos a realidade aqui fora mudasse. E os outros planos, as outras vontades e os outros desejos que eu tinha sumissem no momento em que eu estava perto dele. Era como se meu cérebro perdesse a função da noção e do raciocino, e me levasse a desistir de tudo que me impedia. Eu imaginava tudo diferente enquanto eu o via. Só conseguia me concentrar naqueles lábios rosados e naquelas cicatrizes que eu de alguma forma conseguia enxergar, dentro daquela armadura de menino tão forte. Era algo fora de mim, escutar aquela voz e automaticamente sentir o gosto que eu imaginava ter o seu beijo. Sentir aquele perfume e me perder de mim. Trocar aqueles olhares e permitir que as batidas do meu coração acelerassem. 

Eu pensava não ser digno da minha parte, alterar todos aqueles sonhos que minha alma guardava bem no fundo dela. Aquelas vontades que meu coração alucinava, me relembrava. Eu não podia simplesmente seguir. E abandonar aquilo que todos os dias eu me forçava a lembrar. Aquilo que todos os dias eu lutava para não esquecer. Aquilo que meu coração implorava para ter. Seria bobo da minha parte? Trocar todas as descobertas por um simples mistério que se criava na minha frente? Por um simples mistério que eu estava acabando de conhecer?

Eu me mantinha forte. Mesmo sabendo que todas as vezes em que eu apagava as luzes do meu quarto, e deitava na minha cama era naquele menino que minha parte lúcida queria pensar. Era naquela voz que meu coração pulsava em forma de melodia e nunca perdia o ritmo. Era o seu beijo que meus lábios pediam. Minha cabeça não permitia. Meu lado invasivo, fiel e fraco não permitia que tamanho encanto fosse depositado em um coração que eu nem sabia ao menos, por qual direção batia. Eu prosseguia. Pensava no que a tantos meses me ocupava. E me lamentava por ter que esquecer o menino dos olhos de encanto. Era como se eu tivesse o príncipe na minha frente e ainda insistisse no sapo. Que já tinha me machucado, o suficiente.  

Pensar todos os dias, na mesma coisa que já havia perdido todas as chances que tinha e até as que não tinha, de dar certo. Pensar todos os dias no que meu coração já não se satisfazia. E acordar com a mesma sensação de que algo estava faltando. Isso já estava me abatendo, me perturbando. E assim me vinha á tona o tal menino que me encantava. Era a hora de gritar “CHEGA” para todas as mãos que me puxavam para o caminho errado. E me permitir, ao menos uma vez, seguir o caminho certo. Que é aquele que o meu coração guiava em passos certeiros. Arrisquei meus medos e ganhei mais força para encarar. Era fora do normal as coisas que eu sentia. Querer desesperadamente algo que está a sua frente, me parecia assustador demais para ser verdade. Mas com aquele menino encantador era assim. Chegou com um olhar que começou me encantando. E voltou com um sorriso que terminou me apaixonando. Ele com aquela voz marcante que eu escutava dos meus sonhos. E com aquele coração partido.. 

Que se encaixou perfeitamente no meu. 

É que dois corações perdidos, ás vezes se encontram. 

sexta-feira, 17 de abril de 2015

A nossa história em forma de amor.

Eu amo você como algo que conheci em um acaso do destino. Como um olhar que encanta. Eu amo você como um amor que aprende a nascer. Como duas mãos que se encontram e soam por esquentarem demais. Eu amo você como um pedido irrecusável. Como um novo começo. Como algo que nos faz acreditar novamente. Eu amo você como dois corações que se reconhecem. Como dois olhares que se encontram. Como beijos que conspiram e nos fazem querer mais. Eu amo você como uma saudade boa. Como um encanto que surge de repente. Como um coração que se enche demais, e acostuma a transbordar. Eu amo você como o cheiro de uma rosa que me conquista. Como um pensamento lotado de sensações inesquecíveis.

Eu amo você como um passado que morre em silêncio. Como uma dor que tortura, mas que passa. Como uma ferida que um dia cicatrizou, junto com a presença agradável de uma borboleta colorida. Eu amo você como um machucado que já não arde mais. Como um pensamento bom em um dia florido. Eu amo você como o brilho das estrelas encantando uma noite vazia. Como um pensamento que interrompe meus sonhos. Eu amo você como o cheiro da brisa do mar que invade minha madrugada. Como o bater das asas de uma gaivota no amanhecer do dia. Eu amo você como um beijo que diz por todas as palavras. Como uma saudade que invade. Como um momento que foi bom enquanto durou. Eu amo você como um beijo inesquecível. Como uma lembrança do que ficou para trás. Mas que resolveu voltar.



Eu amo você como um sorriso que surge depois das lágrimas. Como um amanhecer chuvoso junto do despertar dos pássaros. Eu amo você como um livro inspirador que toma conta das minhas horas. Que em cada página transforma minha solidão em esperança. Eu amo você como uma música que me faz suspirar. Como um dia que está prestes a acabar. Como uma madrugada que me permite sorrir mais do que chorar. Eu amo você como um sorriso verdadeiro. Como um choro triste quando ver-te partindo. Como um amor que nunca se acaba. Eu amo você como o vento batendo nos meus cabelos e me permitindo seguir na direção correta. Como aquele final feliz que nunca existiu. Como aquele sonho que eu quero que nunca acabe. Eu amo você como um filme preferido. Como uma beleza que nunca se acaba para um certo olhar.

Eu amo você como um sentimento que não tem fim. Eu amo você como um beijo que sempre tem o mesmo sabor. Eu amo você como uma felicidade que me transborda. Como um alguém que me faz esquecer tudo o que me entristece. Eu amo você como um presente que tem vida. Como um amor que nasce, renasce, e nunca se acaba. Eu amo você como um passado que sempre vai existir dentro de mim. Eu amo você como algo que me faz bem. Eu amo você como uma saudade que não tem fim. 

Eu amo você, só isso.

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Foi..

E foi bom enquanto durou. Foi bom acordar ao seu lado em algumas manhãs. E caminhar sobre as calçadas escuras á uma hora da manhã. Foram bons, todos os sorrisos. Todas as músicas que restaram de lembranças. Todos os abraços que poderiam ter sido mais longos. Foi bom deixar de sair para aproveitar todas aquelas noites sentindo seu perfume e assistindo Nashville no sofá da sua casa. Foram bons os sorvetes que nos congelavam a alma, e os abraços quentes após eles. São tantas as coisas boas. Foi bom conhecer seus bichinhos de estimação e me apegar a cada um deles. Mas a saudade já bate. Foi bom ouvir sua voz como primeiro som pra os meus ouvidos numa manhã ensolarada de domingo. Aliás, eu odeio domingo. E de todos os meus domingos, você era quem alegrava-os. Foi bom ter te conhecido. Provado seus beijos. E conhecido suas carências e pontos fracos. É… Foi.



Mas passou. Acabou. Como quando ficamos doentes por um tempo, nos afastamos de tudo que estávamos acostumados, e vivemos uma outra rotina. Depois de um tempo você se cura e tudo volta ao normal, e só nos resta se adaptar. Mais uma vez. Foi assim.. Eu te tive por um tempo, vivi a sua realidade e me apeguei demais a ela. Agora acabou. E eu tenho que me adaptar a minha realidade. Tenho que aceitar que a partir de agora, é assim que irei viver. Distante. Inconstante. E em caminhos diferentes de você. Com outros sonhos, outras companhias e outros planos. Eu terei de aceitar o fato de que eu não o tenho mais. Que como uma saudade que parece que mata, o amor destrói quando acaba também. No fundo eu sei que você nunca foi o melhor para mim. Nunca me tratou tão bem. Nem me retribuiu aquele amor que eu estava disposta a lhe entregar todos os dias. E você sabe. Você não me dava as mãos enquanto caminhávamos juntos. Achava clichê demais. Não me entregava um sorriso quando nós acordávamos. E eu lhe entregava todos os meus sorrisos. Você nunca me deu flores. Nem perfumes que possuem fragrâncias que me fariam lembrar de você. Sendo que sobre mim, de todos os meus perfumes você sabia de cor. Eu sei que existiam pessoas que fariam muito mais por mim. Mas quem disse que eu queria alguma delas? Eu queria você. Com seu jeito meio sem jeito de ser. Todo errado. Todo seco. Todo grosso. Você, com essa sua voz sem timbre. Com essa sua risada contagiante. Com esse seu sorriso frouxo. Leve. Lindo. Eu só queria você.  

E quanto mais a gente sente medo de perder alguém, mais longe essa pessoa prefere ir. Você enfrentou minhas desculpas. Passou por cima dos meus medos. E me largou em frente a uma realidade que eu nunca estive disposta a encarar. Você fechou os olhos para o que estava na sua frente. E me largou lutando contra as minhas lágrimas. Bateu a porta e não se importou se poderia machucar quem estivesse atrás dela. Você correu por cima de tudo que eu temia. E bateu os pés no chão, quebrando todos os vidros. Todos os cacos. Sendo que aquilo que te machucava por fora, era aquilo que me machucava por dentro. E aqueles cacos, não eram simples cacos. Eram o meu coração. Se lembra? Se lembra que jurou cuidar? Se lembra das feridas antigas que você remendou? E dos cortes que por você, cicatrizou? Veja só, foi só eu virar as costas para você quebrar tudo que eu havia confiado em lhe entregar. E quer saber? Eu cansei de me machucar tanto assim. 



E eu confesso que mesmo depois de tudo, eu continuei a esperar por você. Só que eu percebi que parecia que quanto mais eu esperava, mais você se atrasava. Que quanto mais eu lembrava, mais você se esquecia. E que quanto mais eu gritava, mais você fingia não me escutar. Parecia que quanto mais eu me entristecia, mais você se alegrava. E quanto mais o tempo passava, mais eu parava nele procurando lhe encontrar. Acreditando que você iria voltar. 

EI, ACORDA! É óbvio que ele não vai voltar. 

E eu precisei aceitar o fato de que o passado é passado. E que se fosse bom mesmo, seria presente. E você é o meu passado. 

Você é uma parte do meu passado. E, só.  

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Diálogos de dois melhores amigos.




-Ei, para de fugir de mim. Eu não mordo não tá? 
- Desculpa… Não tinha te visto, Feh. Mas a gente também não precisa ficar se falando toda hora.
- Mas também não precisa ficar fingindo que eu não existo. Vem cá, me diz, o que aconteceu, tá com essa carinha por quê? 
- Nada não.. É só cansaço mesmo.
-Bia, não vem não. Eu te conheço e não é de hoje. Me conta, vai.
- Carinha de quem está apaixonada mas não quer admitir. Pronto, falei.
- Hum, logo percebi que era isso. E quem é o sortudo?
- Um menino aí, mas ele não me dá a miníma. Acho que não tenho chances com ele. Ele deve querer alguma menina mais bonita. Mais alta do que eu. Com mais corpo do que eu. Por que ele notaria uma menina tão sem graça, como eu?
- Bia, que isso? Você é uma menina linda e super simpática. Qualquer um iria gostar de você. Pode parar com isso.



- Nem todo mundo Feh. Ele não percebe. Eu já dei todas as pistas, já puxei assunto, passei noites sem dormir falando com ele, mas ele nunca retribuía a atenção. Então, me afastei um pouco sabe? Cansei…
- Está certa você. Não quero ver minha melhor amiga correndo atrás de ninguém que não a dê valor, não. Se esse babaca não quiser você, é porquê você merece coisa melhor viu? Pode abrir um sorriso nesse rostinho, não gosto de te ver assim.
- Sorriso para que? Meu sorriso é escroto. Forçado então, nem se fala…
- Bia, para com isso. Você nunca foi assim. Quem é esse babaca que está acabando com a sua auto estima?
- Esse babaca… é você.

Poderia ter dado certo.

Poderia ter dado certo. Poderia sim. Se a gente não tivesse perdido a cor, se o sentimento não tivesse virado dor. Se a forma que eu costumava ler seus olhos fosse a mesma. Poderia ter dado certo. Se eu tivesse ficado na minha, você tivesse ficado na sua e se algum dia a gente se esbarrasse por aí. Poderia ter dado certo. Se o destino não estivesse nos olhando agora com cara de frustrado. Com cara de quem tentou juntar nós dois. Poderia ter dado certo. Se você fosse mais certo. Mas é culpa minha, que só sei fazer errado. Tudo errado. Poderia ter dado certo, se eu não tivesse pensado que amar você era o erro. Sendo que o meu erro não foi amar, foi confessar. Foi me entregar. Poderia ter dado certo. Se no final de tudo: Das jornadas de erros. Dos capítulos inventados. Do meu roteiro que não se encaixou com o seu. E do meu coração que quebrou junto com a minha cara. Eu não tivesse descobrido quem era você de verdade. E que na verdade, você nunca havia se importado de verdade. Poderia ter dado certo. Se eu não tivesse agido por impulso. Se você não tivesse agido com ignorância. Se a minha voz tivesse sido mais baixa. E se o seu silêncio não conturbasse tanto assim minha mente. Poderia ter dado certo. Se eu não me tivesse me importado tanto. Se você não tivesse se importado tão pouco. Se meu sorriso fosse mais notado por você. Se o seu jeito não se perdesse em um caminho tão distante. E mais ainda, se eu não tivesse insistido para você entrar na minha vida. Poderia ter dado certo. Se eu não tivesse te deixado saber que eu estava a sua espera. Se o seu orgulho não fosse tão rude. Se minha cabeça agisse e meu coração só pensasse. Se o seu silêncio não existisse e se as suas palavras não me machucassem.



Poderia ter dado certo. Se as lágrimas não tivessem mudado os sentimentos. Se minha forma de enxergar você não tivesse se perdido por pequenos detalhes. Se você não se perdesse em direções erradas. Com pessoas erradas. Dentro de abraços incompletos. Poderia ter dado certo. Se eu fosse menos ingênua. Se você pensasse mais no futuro. Se eu não acreditasse tanto assim em destino. E se você não soubesse ignorar tanto os seus sentimentos. Poderia ter dado certo. Se a sua vida não tivesse se cruzado com a minha por acaso. Se você me olhasse diferente. Se eu não fosse tão sentimental. E se você soubesse sentir um pouco mais. Poderia ter dado certo. Se as suas palavras tivessem sido mais longas. E as minhas, mais curtas. Se os seus medos fossem minhas coragens. E se as suas coragens, fossem os meus medos. Se as nossas mãos tivessem se cruzado, prontos para enfrentar o futuro. Juntos. Poderia ter dado certo. Se destino existisse. Se amores de outras vidas permanecessem em ambos corações. E se tivéssemos menos escolhas. Poderia ter dado certo.

Ah, como poderia ter dado certo. 

Se você não tivesse mudado. E se eu não tivesse crescido.

terça-feira, 14 de abril de 2015

Como tudo começou?

Oi meninas! Bom, quem me acompanha no tumblr sabe a paixão que tenho pela escrita. (E se você não me conhece de lá, me conheça clicando aqui) Desde mais nova, a minha terapia sobre tudo o que eu passava era a escrita. Escrevia para o menininho da minha sala, para a ex amiguinha falsa e para o vizinho da casa da minha avó. Escrevia para todo mundo que de alguma forma me cativava algum sentimento, seja ele bom ou ruim. Sempre tive problemas em chorar. Nunca conseguia me soltar, nunca conseguia deixar as lágrimas dizerem por mim. Eu precisava das palavras, e só falar não conseguia me aliviar. Era como se algo estranho acumulasse dentro de mim e eu precisasse remover aquilo. Precisasse remover aquela parte que não me pertencia. E então foi quando parti para as escritas. Eu tinha um caderninho que de inicio, era apenas um simples diário. Até que comecei a dar nome para aqueles amontoados de pequenos destroços. E se tornou oficialmente, o caderno das minhas músicas. Eram mais de trinta "letras" que jamais ganharam algum arranjo. E até hoje, quando leio, consigo me lembrar perfeitamente do porquê de eu ter escrito aquilo. E de todas as coisas que eu senti. Era minha terapia. Aquilo me curava. E de pequenas em pequenas decepções, as maiores surgiam. Com o tempo, conforme as coisas que eu ia guardando, eu percebia que a letra de uma música precisava ser curta demais em comparação a tudo que eu precisava colocar nas páginas. E foi quando me veio a ideia de escrever um texto. Escrevi e gostei da sensação. Do modo em que me aliviava. E a partir de então eu dividia meus sentimentos em músicas e textos. Era minha diversão maior. 

Uma coisa que me intrigava, era que eu havia começado a me encantar por meninos mais cedo que todas as minhas amigas. Meu primeiro beijo me levou a minha primeira decepção. E minha primeira decepção me levou a conhecer a minha maior paixão: A escrita. Veja só que ironia a vida. E aos 11 anos, a menininha que havia acabado de largar as bonecas queria algo que a ocupasse tanto quanto. E quem imaginava que aquela que começou escrevendo músicas no caderninho para o menininho da sala, iria terminar criando um blog para postar as escritas? (risos). Pois é, galera. Hoje o tempo passou um pouquinho. Dos 11, eu fui escrevendo, até chegar nos 16. E espero que continue por mais e mais tempo. A escrita é como um refúgio para mim. Todas as fases da minha vida são marcadas em páginas. Cada momento, cada sentimento, cada beijo, cada lágrima e cada arrependimento. Sim, arrependimento. Tem pessoas que passaram na minha vida, que me causaram apenas arrependimento. Ao contrário de muitas pessoas, eu gosto de escrever sobre cada situação que passei. Mesmo que lendo-a eu vá me lembrar de tudo, eu gosto. Gosto de perceber o quanto mudei após cada situação. E o quanto aquilo de alguma forma me ensinou. Gosto de ver que por mais que algo tenha me machucado muito em algum momento, hoje é apenas uma simples lembrança. E só volta, no pensamento. 

Eu preciso fingir ser inteira, ainda que sozinha.

Eu poderia te ligar. Poderia te dizer aquelas milhares de frases clichês, que já são do meu costume. Poderia te desenhar ao som do mar em relevo. E escrever canções de suspirar sobre como eu admiro sua forma de cantar ao entardecer, devagarinho, só para me fazer dormir com um sorriso de canto a canto. Eu poderia pedir desculpas mesmo sem ter errado. E me deixar levar pelas suas palavras, acreditando na verdade que existe no fundo delas. Eu poderia aceitar os seus beijos nas horas vagas. E me aconchegar no conforto do seu abraço. Poderia esquecer tudo o que aconteceu, e voltar para você no mesmo segundo. Eu poderia, poderia fugir da minha casa, só para dormir na sua. Pegar na sua mão e te puxar para bem perto de mim. Eu poderia te contar todos aqueles meus medos e confessar que te perder sempre foi um deles. E que o motivo de eu sempre ter te abraçado enquanto dormíamos, era puro medo de você ir embora. Poderia escrever um livro sobre tudo o que você me faz sentir. E ainda assim faltariam páginas. Poderia fazer escolhas, largar tudo e preferir você. Poderia dizer que nossa cachorrinha sente sua falta, e espera pela sua chegada todos os dias. Naquele mesmo horário que você costumava aparecer. Será que isso o faria mudar de ideia? 

Eu poderia escrever uma carta contando a você, o estrago que minha saudade faz. Será que você me responderia? Eu poderia confessar que nunca acreditei muito no que você dizia enquanto estava de cabeça quente. E te perdoar por todas as palavras impulsivas. Eu poderia ligar e dizer que o entendo, e torcer para que você me entenda também. Poderia dizer aos seus pais que jamais encontrarei sogros tão cultos como eles. E a você, que sinto saudades do seu cabelo me fazendo cócegas enquanto dormíamos abraçados. Poderia dizer que meu quarto nunca esteve tão organizado, sem suas roupas esparramadas por ele inteiro. Poderia contar todas as coisas mais engraçadas que aconteceram, e você com certeza perceberia que meu jeito estabanado ainda não mudou. Eu poderia te contar que comprei um perfume igual ao seu, só para sentir o seu cheiro nos momentos em que a saudade aperta. E poderia lembrar o quanto eu ainda te amo. Poderia falar que perto de você eu me sinto diferente. Que com você eu consigo ser inteira. E que sozinha, estou bem menos que a metade. Poderia confessar que a menina tão sonhadora continua firme aqui dentro. E que você ainda é o único que acredita naqueles meus sonhos malucos. Poderia falar que viajar sem você não tem a menor graça. E que minha cama ficou grande demais só para mim. Poderia te dizer que meu maior sonho é viver com você para sempre. E que ficar sem você é como se o universo parasse de responder e a vida insistisse em continuar me mandando perguntas.

Por que? Por que acabou? Um sentimento quando toma o mesmo rumo que o nosso, se torna difícil de ser esquecido. E nossas idas e vindas, já são do costume de todos. Eu não quero contar para as pessoas que nós não existimos mais. E que essa não é mais uma simples ida que vai ter vinda. Poderíamos voltar para o início, mudar algumas coisas. Concertar as rachaduras quando ainda não havia desabado todo nosso amor. Me desculpe pelos clichês fora de hora, mas você sabe, eu ainda sou apenas uma menina perdida em um conto de fadas. E você esqueceu do “Felizes para sempre."

Eu poderia tentar voltar atrás e fazer tudo voltar a ser como antes. 

Mas aí, eu não aprenderia nunca como seguir em frente.

segunda-feira, 13 de abril de 2015

A primeira história que continuou.

A nossa história nunca foi das mais bonitas. O que era verdadeiro, não pôde durar. Te conheci como quem não quer nada. Não tinha absolutamente nada para fazer, e decidi sair sozinha para refrescar a mente. Observei um menino com seu violão e uma partitura quase que em branco. Ele era você. Provavelmente passara pela mesma coisa que eu: Falta de inspiração. Eu que deveria estar escrevendo naquele momento, estava refrescando minha mente para mais ideias chegarem. Eu não estava conseguindo me concentrar nas escritas. E você… Bom, também não deveria estar conseguindo. Sentei-me ao lado do menino do violão e decidi puxar assunto.
-Sem ideias?
-É… estou. - e sorriu como quem não sabe o que dizer.-
- Eu entendo. Também estou passando por isso. Você escreve músicas?
- É, eu meio que escrevo letras. Apenas para cantar com algumas notas no violão. É o que me distrai nas horas vagas.
- Eu escrevo também.
- Escreve letras?
- Não. Eu escrevo crônicas, poesias, histórias. E qualquer coisa que não faça sentido algum. Tudo que possa ser meloso e clichê. Sou uma das poucas pessoas que ainda acredita no amor.
-Sério? Olha… Acho que encontrei alguém que me entenda. Eu acredito no amor. São de amor as mais belas histórias existentes. São de amor as poesias mais brilhantes. E os sonhos mais indecentes. Não é mesmo?
- Eu nunca fui capaz de amar alguém. Mas pelo que dizem nos livros que leio, é sim. O amor é fantástico.
- Eu também nunca amei.. -E fez um olhar triste.- Mas, mudando de assunto. Você tem algum sonho?
- Tenho muitos. Sonho em escrever um livro. E em muitas outras coisas que ninguém acredita. E você?
- Eu… Eu sonho em fazer sentido. Em amar e ser correspondido. Sonho em poder escrever sobre minha própria história e não apenas sobre casais que só existem em minha memória.

Confesso que isso ficou na minha cabeça por dias. Pensei nesse menino brilhante, que diz coisas fantásticas e me parece ser um brilhante compositor. Acho que nunca encontrei alguém que me entendesse tanto em tão pouco tempo. Sair por falta de inspiração e voltar por acúmulo dela, foi algo um tanto quanto interessante. Mas minha cabeça funciona assim. Meu cérebro raciocina e compreende todas minhas funções. E minha mente faz barulho quando muitas palavras e pensamentos que não fazem sentido me perseguem. Afinal, eu não faço sentido algum. Escrevo sobre o que me dá na telha e não me importo com o que vão pensar. Escrevo para desabafar, e não para agradar. Mas, voltando ao assunto e a história. Eu e ele nos demos super bem. Nos compreendíamos nas palavras, nos sonhos e nas mesmas vontades: Encontrar um amor de verdade. Depois desse dia, nós dois resolvemos nos conhecer melhor. Nos encontrávamos sempre, e a cada encontro um momento especial acontecia. Demos nosso primeiro beijo embaixo da chuva. Nos víamos naquele mesmo banco de praça que encontrava-se em uma rua próxima de nossas casas. Ele sempre estava com seu violão e com sua partitura lotada de segredos.
Eu já estava apaixonada. Percebia pelo meu olhar que conspirava para ele, como pensamentos que são iguais. E nós dois pensávamos a mesma coisa: Será que ele/a sente o mesmo que eu?
A minha resposta era sim.
A resposta dele também.
E nós nunca precisávamos dizer nada. Nossos olhares apreensivos se compreendiam perfeitamente. E logo um beijo surgia. Namoramos por cerca de oito meses. Mas, ele era um cara sério, romântico e tinha a total certeza de que me amava. Me pediu em casamento no mesmo dia em que eu conheci o resto da família dele, os avós paternos que moravam em outra cidade. Eu aceitei o pedido. Tinha a total certeza de que o amava. Casamos um ano depois. Nossas famílias admiraram o ocorrido, tão inesperado. Foi romântico. A gente se combinava. Ele escrevendo suas músicas e tocando seu violão. Eu escrevendo minhas crônicas e tentando fazer sentido. O que eu mais gostava nele, era aquela forma sarcástica de me acordar cedo cantando uma música nova que ele passara a noite inteira escrevendo. Eu sempre o elogiava mais que qualquer pessoa.



Ele adorava me fazer surpresas, como comprar presentes e deixar um bilhetinho ao lado dizendo que eram para mim. Fazer um café da manhã fofo e levar até a cama. Me beijar enquanto eu resmungava por algo errado que ele havia feito. Ele sempre lia e relia coisas que eu escrevera. E eu admirava suas canções e seu jeito romântico de escrever sobre o amor que sentia por mim. Eu o amava. O amo. Como jamais amarei alguém. Fomos casados por quatro anos. E, bom, ao amanhecer o dia, como de costume ele havia saído cedo para comprar pães e ovos para o café da manhã. Percebi que ele estava demorando muito a voltar. E que uma multidão frequentara a rua naquele momento. Logo no portão, avistei um amontoado de gente em volta de um carro. Me assustei e corri olhar o que era. Ele provavelmente observava o que aconteceu junto com as pessoas.
- Lucas, Lucas, o que aconteceu aqui? - perguntei atordoada.
- Ele sofreu um acidente, senhorita Fernanda.
Uma das senhoras da vizinhança que assistia o ocorrido correu me avisar. Eu não queria acreditar naquilo. Mas logo avistei seu corpo no chão coberto por sangue. Passei mal, muito mal. Eu só torcia para que não tivesse sido nada muito grave. Tinha fé de que ele ficaria bem. Logo a ambulância chegou e levou-o até o hospital. Avisei a família dele que me encontrou por lá alguns minutos depois.


E passavam-se duas, três, quatro horas e nada de notícias. Estava preocupada, sentindo uma dor no coração. E finalmente, o médico apareceu e confrontou a todos da sala.
- Família do Lucas?
- Somos nós. Doutor, me diz como ele está?
- Bom, ele passou por uma série de exames. Teve ferimentos graves. Fraturas internas e externas. Machucados profundos. E não obteve uma melhora imediata. Nós tentamos… Tentamos de tudo… Mas não pudemos fazer nada. Me desculpe, mas o paciente Lucas não resistiu.

Meu mundo caiu naquele momento. Eu chorei como uma criança que se perde dos pais em um lugar cheio de estranhos. Foi assim que me senti. Aquilo não entrou na minha cabeça. Eu esperava que ele apareceria na minha frente sorrindo e dizendo que não havia sido nada grave demais. Enquanto todos se desesperavam, choravam, e gritavam, eu pedi ao doutor um único favor.
- Doutor, me deixe ao menos ver ele. Por favor.
-Sim, claro, me acompanhe.
Entrei na sala e observei seu corpo frio, apagado. Aquilo me doeu por dentro. Pesou minha consciência. Pensei em tudo o que poderia ter dito a ele antes, mas não disse. Não sabia se havia dado a ele o valor que ele merecia. Sussurrei em seu ouvido, o quão incrível eu o achava. O quanto eu o admirava. E que nunca no mundo existirá algum compositor tão maravilhoso quanto ele. Eu sabia que mesmo seu corpo não estando vivo, ele me escutava. Ele sempre me escuta, eu sei. É, eu nunca mais verei aquele rosto. Nunca mais escutaria aquelas músicas novas a cada manhã. E essa manhã, foi a última em que acordei com sua voz suave cantarolando, tentando me acordar. Foi a última madrugada que passei ao lado dele. E foi a última vez que observei seu olhar profundo. Que compreendeu o meu. E fez todas as coisas parecerem reais. Parecerem certas.
- Meu amor, vá em paz. Acho que esqueci de dizer hoje, que eu o amo demais. Não esquece de mim. Porque eu jamais esquecerei você. Fui muito feliz ao seu lado. Descanse.

Me despedi daquele rosto, dei lhe um último beijo. E lhe dei um adeus triste, e inconformado. Tão de repente, alguém que nós amamos partir assim foi algo assustador. Eu sentia que sua alma estava tentando me acalmar. Mas ele foi embora. E nada nem ninguém poderia o trazer de volta. Meu coração pesava em meu corpo. Eu estava destruída, com os olhos lacrimejando. Sem rumo. Sem conseguir acreditar. Realmente, temos de dar mais valor as pessoas porque amanhã elas podem não estar mais aqui. Podem ir embora e nos deixar com essa sensação de passado incompreendido. Sei que essa não foi a história mais bonita de contar. Mas tenho certeza de que ele foi embora com seu sonho realizado.

Ele amou e foi amado. Escreveu suas músicas sobre sua própria história e não apenas sobre casais que só existem em sua memória.